"Um dos meus sonhos é me encontrar "leve" a ponto de descrever a maneira como me sinto na mais exatidão possível e de preferência que seja gerando gentileza, distribuindo sorrisos, dando sem esperar nada em troca e gostando de mim e de todos os meus trejeitos e defeitos sem o menor pudor de me regenerar ao longo do tempo, sem pressa, sem medo. Que pareça negativismo, é realidade mesmo: Talvez nunca aconteça.
Não que não vá acontecer porque sou preguiçosa até pra "pensar alto" mas existem coisas que é melhor que encaremos com realidade, embora seja fundamental que não deixemos de idealizá-la.
Sempre fui muito solta pra tudo. Não me apego fácil, não me desfaço fácil, não sou fácil. Eu tenho uma vulnerabilidade de sentimentos e sensações tão grande quanto a diferença entre céu e inferno e embora isso seja cool aos olhos dos blasés, eu acho isso tão odiável quanto a matemática, o vinho seco, as cerejas e todas as outras coisas enojáveis do mundo.
Eu tenho deixado de me amar em muitos aspectos, embora eu tenha me sentido preenchida em tantos outros aspectos, e ainda que este não sejam os antônimos corretos, estou bem assim: Perdida, fodida.
Continuo adorando as mesmas coisas, as mesmas pessoas, as mesmas comidas e os mesmo lugares mas a minha maré de ego tá baixa e eu não tenho nem um pouco de vergonha de dizer que tenho sonhado com meu amor próprio de volta pra me sentir mais viva.
Eu comigo mesma (redundância?), tá tudo estranho, desarrumado, amarrotado, fora do lugar, uma desordem, um caos. É falta de surra, provavelmente. E me soa tão fútil quando eu penso que não existem motivos pra me sentir tão fora de mim. Nenhum ataque às torres gêmeas, nem sequer a perca de uma carteira cheia de dinheiro.
Tô tão estragada que não tenho feito questão de nada, tô sendo levada pela correnteza que for. É ruim, mas não é algo que me tira o sono, que inunda meu travesseiro, e acho que é exatamente por não dar atenção demais pra isso (e que soe estranho por eu estar dedicando uma postagem para o assunto, eu não acho isso nem um pouco relevante).
Falta de outra pessoa? Falta de eu mesma? Talvez, um pouco de tudo e sinceramente, não acredito que um dia estarei preenchida em todos esses aspectos. Por falta de perspectiva, uma nova perspectiva que seja de mim para com o meu próprio ego.
Tá tudo tão estranho."