quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Alô?

"Agosto parece que foi ontem. Provavelmente já passei por modificações consideráveis e desconsideráveis nesses quatro meses de ausência, embora eu me sinta a mesma pessoa com as mesmas angústias e motivações.

De uns tempos pra cá, estive pensando sobre o que pode ser considerado benigno e maligno para as pessoas, aquela velha história de certo e errado que calha dentro das particularidades de cada um. É engraçado quando você pensa em realização pessoal e não pensa em grandes bens materiais, toda forma de felicidade se torna menos viável.

Realmente engraçado seria se todos tivessem ambições distantes aquilo que pode ser considerado normal: Não ter sonhos, não criar expectativas, não esperar nada da vida. A felicidade seria duas vezes mais viável e a fraternidade estaria mais próxima da humanidade. É ruim pensar em desapegos materiais quando você vive em uma sociedade em que o capital é o dedo que indica a paz e a guerra, ao mesmo tempo, é como pensar em Pop e não pensar em Michael Jackson, pensar em Reggae e não pensar em Bob Marley, pensar em samba e não lembrar que o Zeca Pagodinho existe, não tem como. Somos vulneráveis ao que o dinheiro aponta, consequentemente ao que a mídia aponta e sob todas as coisas que eu tenho pensado nos últimos tempos, esse tipo de fragilidade, é uma delas.

Mais além. Até os que se salvam pela "evolução de ideias causadas pela jovialidade" caem no mesmo buraco que todo o resto, e fazem por tornar-se restos também. Alguns passam uma vida lutando por qualidade de aparência, qualidade de ideias, qualidade de bens, e o maior barato é o quanto essas buscas são paralelas. É tão cultural que chega a ser um massacre pros que buscam uma essência além do que o dinheiro pode pagar, pois o dinheiro pode não pagar a essência, mas a partir do momento que paga detalhes que afloram essa essência, descobrimos que tudo é sugado pelo mesmo buraco.

O ideal, pra mim - isso eu aprendi com uma pessoa que me fez refletir sobre as inclusões do mundo inteiro ao que se refere apenas a mim -, é de que eu possa arriscar, riscar e rabiscar o que tiver em mente, não existe nada mais favorável a minha realização pessoal do que seguir os meus instintos e deliberar o que é coerente ao meu desejo, já que desejos a longo prazo não tenho. Menos cobiça para com o que desconheço, mais flexibilidade, menos fluídos ruins e pesados ao meu coração, mais emoção, menos generalização, mais responsabilidade, menos responsabilidade.

Que Assim seja."