quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Fabuloso Destino de Nós Todos

O Fabuloso Destino de Amelie Poulain me inspirou a vir aqui jogar os dardos mais uma vez. (Eu gosto de vir vez e nunca, descobri isso neste instante. Minhas "epifanias" ficam ecoando todo o tempo na minha cabeça enquanto eu não postar a próxima, e assim sucessivamente. É bom, dá tempo de descobrir que cada texto carrega uma imensidão de espaços gritantes e significativos.)

Amelie Poulain me resplandece a sensação de que não podemos nos esquecer de nós mesmos, nem quando a gente vê que nossos vizinhos também precisam deles mesmos, mas se quer sabem o que isso significa. Nem Amelie, que os ajudava  descobriu sem ajuda que não podiamos esquecer do nosso eu-lírico, a única coisa que realmente carregamos com a gente.

No filme, ela, Amelie, joga a moeda no chafariz da vida de algumas pessoas que ela vê na lanchonete que trabalha, no condomínio que mora, na rua, ajuda um cego a atravessar e conta pra ele sobre tudo que se passa a sua volta enquanto caminham pela calçada, e tudo isso se somatiza de uma forma plena na vida destes. Isso é tão bonito que soa mais poético do que o cenário, as roupas e a nacionalidade francesa do filme, que não só no filme mas na vida real a gente não vê mas, é tão simples.

Hoje mesmo, li numa tira que dizia sobre deixar de querer mudar o mundo e aprender a mudar a si mesmo. Desde a época que escolhi ser jornalista, em que eu queria mudar o que o mundo não proporcionava de correto e coerente para as pessoas, de lá pra cá, passei a encarar a vida de uma forma mais sorridente para mim mesma. A gente sempre precisa viver um turbilhão de coisas por um tempo, até que você já descobriu tanto a ponto de apenas estar faltando colocar em prática dentro de você mesma e declará-las às pessoas, você coloca, declara e vê que já pode divagar por novas terras sem medo nenhum. Isso me proporcionou uma liberdade muito grande para olhar para os meus sonhos de um jeito mais vistoso e agradável, sem precisar de muitas coisas, somente de boa vontade. Este filme me vem sobre a Amelie esquecendo de si mesma e eu esquecendo das pessoas lá fora de modo muito coerente: a introversão.

É engraçado pensar na Amelie introvertida porque esqueceu de si mesma, porque introversão soa alheio aos outros, mas digo de modo a divagar tanto na alucinação de poder devolver a ultima peça do quebra-cabeça das pessoas a ponto de esquecer da sua própria ultima peça. Me sinto meio taxativa quando conto para mim sobre mim, não somente porque na última terapia parecia estar tudo no lugar aqui dentro, mas porque a mente geralmente é cruel com o que estamos sentindo. É conflitante ver o que se chama razão no ringue com as emoção mesmo sem ter acontecido nada de grandioso, apenas o cair e nascer de alguns dias. A vida, as vezes, parece pedir mais senso crítico para essas questões concretas que a gente lida ao longo dos dias e eu esqueço demais. Totalmente introvertida e alheia ao mundo real, como Amelie.

É tanta gente falando de si, de amor próprio, ora sobre o lixo que é o governo, a religião, o futebol, que o mundo está realmente equilibrado - apurem o senso irônico de vocês. Um dizendo que ama a vida e a naturezas, e outros levantando a bandeira che guevaras, que fica indecodifícavel saber a que pé estamos. Não dá pra saber quem é que está alienado nesta Terra de Ninguém. De repente você tá pedindo pela educação, de repente pela sua felicidade, um pragmatismo paralelo.
Quem é mais feliz? Sei lá! Cada um faz jus do que lhe convém pra agora, de repente a gente descobre que, como li esses dias num muro, cada pessoa carrega um universo dentro de si, que só me faz acabar essa crônica sentada na calçada de uma rua movimentada analisando meticulosamente o semblante das pessoas e o que supostamente elas podem guardar dentro de si, que de todo modo, é uma caixinha denominada certezas duvidosas/dúvidas certas.


Na minha opinião, fica:


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