sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O culpado de tudo.

Num dos meus objetivos pra 2012 está a integração no mundo cultural pra ajudar na minha própria bagagem cultural já que quero ser uma jornalista bastante entendida. A primeira proposta pra ampliar esse horizontes foi a Semana da Arte Moderna que numa divulgação de uma colega de facul, me interessei e marquei com azamiga, infelizmente só deu pra Giu ir. Escolhemos a exposição Oswald de Andrade: O culpado de tudo no Museu da Língua Portuguesa.

Nenhuma de nós conhecia o paraíso de três andares. Não sei pra Giu, mas ao abrir as portas do elevador para o andar aonde continha a exposição do Oswáld/Oswaldo/Ôswald de Andrade, meus olhos brilharam de uma maneira inesquecível. E não era só Oswald, tinha Pagu, Tarsila, Nonê, Mario de Andrade, e alguns outros que relacionavam direta e indiretamente com Oswald e o Modernismo todo.

Sem os trechos pra que você suponham pelas imagens, o que poderia estar escrito nesse "banners".
Rabiscos.
"A operação metafísica que se liga ao rito antropofágico é a da transformação do tabu em totem. Do valor oposto ao valor favorável. A vida é devoração pura. Nesse devorar que ameaça a cada minuto a existência humana, cabe ao homem totenizar o tabu. Que é o tabu senão o intocável, o limite?"
Essas coisas vermelhas penduradas são doláres manchados de tinta. 
Marcante isso.

Direcionamos até uma apresentação rapidinha sobre Língua bem interessante, e seguimos pra uma sala fantástica de apresentação de várias escrituras de escritores incríveis. O mais legal eram os efeitos em luzes dentro de uma sala imensa escura transmitindo os textos, no chão, nas paredes e a sensação de entender essas poesias que normalmente ninguém entende. Um espetáculo divino, talvez uma das sensações mais válidas que eu já vivi. Não tem foto porque lá não podia tirar foto e ainda que pudesse eu me encantei de tal maneira que esqueci de tirar mesmo sem flash. Sorry gente.

Saindo dessa apresentação seguimos para um espaço da Língua não só portuguesa, no mundo inteiro... Obvio que eu tava encantada por aquele telão kilometrico com apresentação da cultura brasileira e all. Sem contar que do outro lado da enorme sala, uma linha do tempo desde 4000 a.C até os anos 2000. E um enorme quadro com uma genealogia das línguas desde os primórdios.

O telão kilométrico incrível.
4.000 a.C aos Anos 2000. Linha do tempo da Língua.
Eu encantada pelas linguísticas do mundo. Tô in love com essa foto, ok? 

No final desse telão tinha uma sala com uma mesa psicodélica da qual, eu não fotografei mas era muito louco poder pegar as palavras pela sombra da mão e juntá-las. Pra finalizar, fotos das exposições do primeiro andar.

Um tanto feminista, não?
Elefantes simpáticos.

Apesar da postagem estar atrasada já que essa visitação aconteceu há uma semana, eu amei com todo o amor existente dentro de mim esse lugar (com redundância mesmo). Tenho pretensão em voltar lá muitas outras vezes, e continuar relatando aqui todas as vezes que eu for com direito a fotografias pra vocês sentirem um pouco dessa emoção. Recomendo aos paulistanos que arranjem um tempinho na agenda pra visitar esse paraíso e conhecer mais sobre a história do Brasil, através da linguística e dos grandes nomes do nosso país.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Parênteses (de nós).

"Era um amor desses que você planeja "para sempres" a todo instante e não o faz por obrigação, faz por necessidade de vê-lo durar uma vida toda.
As discussões sempre iniciadas pelo excêntrico humor dela, costumavam ser angustiantes, e embora na maioria das vezes ela fosse orgulhosa o bastante para ceder depois de já estar soluçando de tanto chorar, ainda havia um motivo pelo qual ela não conseguia dizer adeus, por mais que já não acreditasse que pudesse dar certo. Ela o amava.
Ele era um rapaz de ombros largos com um sorriso marcante que de defeitos aparentes só tinha os cigarros e as amigas. Parecia amá-la e querê-la com uma intensidade única, por mais que ela insistisse em desconfiar sempre, seu sentimento se mantia intacto e cada vez mais gritante dentro de si.
Serviu o café quieta, de maneira que era possível ouvir ele se aproximar. Foi até ela e a cumprimentou com um beijo demorado cortado pelo mau-humor de quem leu ligações de uma amiga dele muito odiada por ela.
– O que essa mulher queria?  – disse encarando as torradas.
– Ela quem?
– Você sabe muito bem de quem estou falando...
– Eu já te disse, ela é só minha amiga, amor...
Ela amava quando ele a chamava de "amor", soava meigo e confortante aos seus ouvidos, até fizera com que ela abaixasse a guarda. Se manteve calada. O silêncio prevaleceu até que fora quebrado por ele.
– Quando você irá entender que é de você que eu gosto?
Ela continuo quieta e em sua cabeça como em todas as acusações diárias só passava em sua cabeça o quão errado era aquele ciúme exagerado e o que este poderia provocar quando ele se cansasse. O medo de perdê-lo era tão forte que sentia uma pressão dentro de si indescritível.
O café da manhã fora tomado em silêncio até ela perceber sem certeza de que os olhos dele estavam metidos em seu decote. Olhou pra ele disfarçadamente, para confirmar. Ele percebeu que ela olhou para ele, mas continuo encarando. Ela ajeitou a blusa e soltou um riso. Ele também riu.
– O que nós faremos esta noite? - disse ele.
– Sugira algo e eu digo se gosto.
– Um restaurante japonês?
Ela titubeou. Fez cara de porre.
– Ah... Pode ser.
– Te pego na saída às 23h? – disse levantando-se da cadeira.
– Isto. Não se atrase. – disse em meio a um beijo apressado dado por ele.

Já eram quase 23h e nada dele aparecer. Era óbvio que sua impaciência lhe deixar a par da possibilidade de um furo, mas era cedo pra se concluir algo.
Estava inquieta, sozinha. Sentia um pouco de frio e um pouco de calor, ao mesmo tempo. Um carro dobrou a esquina, ela só teve certeza quando ele parou ao seu lado e abriu a janela do passageiro e convidou-a para entrar. Foi como naqueles filmes onde o galã convida a mocinha para uma aventura num belo conversível. Óbvio que não era o caso.
Ela entrou no carro e o cumprimentou com um beijo demorado, jogando a bolsa para o banco de trás. Ele tratou de conferir se ela estava bem, que respondeu positivamente e os dois partiram rumo ao restaurante japonês que já era de praxe na vida do casal. Pra variar, o restaurante estava transbordando de gente e eles opitaram por um bar qualquer ali perto. 
Chegaram. Entraram e se sentaram numa mesa no canto do enorme restaurante. Um ao lado do outro. Antes que pedissem algo, ele acendeu o cigarro. Ela discordou.
– Por favor, apague isso...
– Preciso relaxar. Deixa? Só esse? – ele pediu como um cachorro que pede algo que você está comendo.
– Tudo bem... Só esse. – ela concordou, colocando a mão em sua coxa até que a garçonete se aproximasse e entregasse o cardápio.
Os dois analisaram juntos, aquele cardápio velho que mal dava para enchergar algumas palavras e não demorou para que concluissem em coro.
– Fritas!
– E para beber? – questionou a garçonete enquanto anotava o pedido na comanda.
– Duas cocas com limão. – disse ela antes que ele sugerisse alguma bebida alcoólica.
A garçonete olhou para ele esperando uma confirmação.
– É... Pode ser. - soltou um sorriso forçado para a garçonete, enquanto cutucava as pernas de sua namorada por debaixo da mesa que não se conteve e soltou uma risada.
Enquanto o pedido não chegava, os dois conversavam sobre os assuntos mais aleatórios em meio à abraços e beijos apaixonados. As fritas chegaram pouco depois das cocas com limão e agora, eles comiam e conversavam sobre sabe-se lá o que. Ela ficou um tanto brava quando uma garçonete corpuda passou a lado do casal e ele secou de leve a bunda da garçonete. Compensou com um tapa, que levou a risada dele e a cara feia dela.
Aquele momento era típico de um casal que apesar de brigar quase que diariamente se amava e não precisava viver nenhum súbito desencontro pra descobrir que eram fundamentais um ao outro, e que embora ambos tivessem seus defeitos conflitantes se queriam mais do que qualquer outra coisa e sentiam uma necessidade de permanecer vivendo um pelo outro, por muito tempo.
O dia foi finalizado no apartamento deles dois, regado de um bom conhaque que arrancava a sobriedade de ambos, dando lugar a amassos quentes e apaixonados.
Estes eram Lisa e Garrett." 



Metida à romancista. Esta é uma das poucas estórias que eu realmente gostei de ter escrito, apesar da pieguisse, da redundância e da superfluidade. Sou super leiga nisso ainda então me perdoem caso tenha ficado super ruim, eu vou me aprimorar. Enfim.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Velhice que rima com Modernidade.

Todos nós temos o hábito de pensar como estaremos no futuro próximo (daqui uns 2 ou 3 anos), e foi no caminho de volta pra casa que eu e Mila, minha prima, chegamos à polêmica: E daqui uns 40 anos? Como estaremos?
É meio obvio que antes de qualquer coisa, quero ter tido uma fase adulta muito ótima com filhos adoráveis que tenham me dado netos adoráveis pra eu pintar e bordar sempre. A real é que não tenho aquela pretenção de ser uma senhorinha que curte um tricô e gosta de andar com seu velhinho de mãos dadas na rua, como minha prima. Quero ser uma velha tatuada que ainda que curta um tricô, vá para os bailes da terceira idade mais modernos que tiver. Talvez loucona de pedra, pra tirar o atraso de uma vida guiada por regras para uma sobrevivencia sem ridicularizações ou ser taxada, louca.
Eu tenho uma visão sobre a terceira idade, que por mais que as pessoas que eu conheça sejam cheias dos problemas, muito boa. Exatamente por ser o fim, acredito que tenha que ser vivido todos os dias como se fosse o último, afinal a cada dia a possibilidade de ser o último dia de vida é sempre maior.
Daqui quatro décadas, se eu não estiver cheia de tatuagens com um cabelo bastante colorido e com umas roupas bem esquisitas, preparem-se pra me ver uma perua esticada na faca com um novinho bem esculpido perambulando pelo shopping ou talvez uma velhinha clichê que curte tricotar e fazer comidas gostosas para os netos. Se nada disso der certo, estarei ainda casada, tendo como hobbie: tricotar e cozinhar, com alguns problemas auditivos, visuais, cardíacos, funcionais, e provavelmente com as rugas intactas adquiridas pelo stress de ainda estar casada. 
São três possibilidades. Farei o possível pra que consiga me enquadrar na primeira, se nada der certo pularei para a segunda, em último caso com toda dor no peito me encaixarei na terceira. Tomara que sem o detalhe da problemas da velhice e o marido, afinal dois problemas na última etapa da vida, ninguém merece né, colega.



"Será que até lá já existiram carros voadores? - disse Camila"

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mas o estrago que faz, a vida é curta pra ver.

"Estou de dieta. Oh, como assim, mas você já está quase voando com a brisa, menina. Não é esse tipo de dieta... É dieta de tudo que me reprime, de tudo que me subtrai. 
Sou dessas que dá muita atenção aos defeitos, dessas que tem mania de perfeccionismo e que guarda muito mais os contras do que os prós. De uns tempos para cá, tenho estado numa maré boa, uma satisfação que provoca fogos de artifício dentro de mim, e todos os clichês positivos possíveis. Minhas ideias andam cada vez maiores, e meus horizontes estão se ampliando de uma maneira agradável. Não que eu tenha recebido uma proposta boa de emprego ou que minha rotina esteja maravilhosamente perfeita, tô naquelas de caloura no mundo da lua. Amando tudo que se refere ao curso que estou fazendo que... Ah, a vida é realmente bela! Ok não tanto assim.
A real é que eu só quero progredir e que todos os vilões sejam extraviados pra sempre. Quero poder continuar vivendo intensamente tudo isso, sem perder um flash de nada. Eu sei que todos nós temos nossos dias de sol e de chuva mas que as coisas prossigam um lindo dia, sem espaços pra possíveis tempestades." 


Com relação ao blog... Mudou a carinha, mas não mudou a intenção que é de que me visitem sempre que lembrarem, embora eu não atualize diariamente. Não me curtam apenas no facebook, pode comentar e me adicionar nas redes sociais pra fazermos amizade e tudo que tivermos direito. Sem duplo sentido, risos. 

A canção do momento.